quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Satyaprem - Você é o Espelho ...

Participante – Pelo que tenho acessado através dos nossos encontros, compreendo então, que a proposta é, cada vez mais, se manter tranquilo como o espelho diante daquilo que está passando.

Satya - Não, a proposta é que, cada vez mais, você note que o espelho está tranquilo em frente àquilo que está passando. Não se mantenha focado no objeto, porque é exatamente a percepção de que o espelho está tranquilo, que “des-mantém” você. Compreende?

Participante – Sim, compreendo. É que, o que acontece normalmente, é: quando algo perturbador está sendo refletido, nós ficamos perturbados com o que está sendo refletido...

Satya - Observa o seguinte: algo está sendo refletido e você fica perturbado com o que está sendo refletido. Note se a perturbação não é mais uma reflexão. Porque, percebendo isso, você há de chegar ao espelho, que não está perturbado. O único problema é identificar-se com os reflexos.

Observe atentamente... Algo está acontecendo, e o perturbou. Essa perturbação é mais uma reflexão ocorrendo diante do espelho ou é o espelho, de fato, perturbado? O que estou querendo dizer é que, se uma perturbação surge, veja que é o objeto observado – esse sistema corpo-mente que equivocadamente é chamado de “você” – que está perturbado, e ele não é você. Você está por trás, observando o objeto perturbado, a perturbação e aquilo que a causou... Você é pura observação, a atenção sem escolha.

Isso implica que você não precisa evitar a perturbação. Você não precisa “des-perturbar-se”, porque aquele que está perturbado não é você. Quem está perturbado é o objeto observado, e ele pode estar perturbado – tanto que está. Porém, nem sequer um único adjetivo pode ser acrescentado à observação que você é.

O objeto está perturbado e você o observa. Estamos entendidos?

Participante – Nesse momento, percebo que eu não tinha entendido nada. Mas ao mesmo tempo é como se eu pudesse ver o que você estava apontando. Me  ocorre que às vezes eu tenho dificuldade para acompanhar, porque ora a mente está mais calma e em outro instante não está. Mas você falou agora e tudo clareou de novo.

Satya - Esse é o verdadeiro propósito de estarmos aqui – não há nenhum outro. Se quer saber a minha proposta, proponho que você, simplesmente, investigue aquilo que está sendo levantado e permaneça quieto. Não se mova, tampouco se comova com os reflexos diante do espelho. O espelho permanece infinitamente vazio – e isso é o que você veio resgatar aqui.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Satyaprem - Ruptura...

A mente pensa que é o observador e tenta descrevê-lo; porque, no sistema em que se encontra, ela só sobrevive na contenção dos conceitos. Por isso, quando é proposta a soltura do não-saber, ela não consegue. A proposta, em Satsang, é que você verifique exatamente isso.

Os parâmetros desse trânsito que proponho, repousa no dualismo entre a Verdade e a mentira como sendo opostos. Tem a ilha da mente e tem a capacidade do ver. Traduzindo: tem a mentira e a Verdade. Observe com qual das duas possibilidades você estabelece uma relação mais amorosa, mais silenciosa, mais tranquila e mais pacífica.

A mentira se apega à descrição dos objetos observados. A Verdade é a capacidade de ver e a realização de que aquele que vê nunca é transformado num objeto, portanto, não pode ser visto. Aqui, você permanece como pura subjetividade e suspende toda a sua existência na capacidade de ver, sabendo que esse ver não é interrompido jamais.

Dê-se conta disso. E esse dar-se conta implica no próprio ver vendo a si mesmo. Estamos diante de algo místico, portanto – místico porque rompe a razão. Em níveis objetivos aquele que vê não pode ser visto. No entanto a experiência mística pressupõe ver aquele que vê – transcende a lógica.

Enquanto você permanece com todo o seu olhar para fora, descrevendo os objetos observados, diante da proposta aberta em Satsang, se abre a possibilidade de ver aquele que vê.

Quando isso acontece, rompe-se algo no seu sistema. Diga-se de passagem, pode ser que essa ruptura já tenha ocorrido algumas tantas vezes, mas o sistema não se permite permanecer rompido, ele se reconstitui muito rapidamente – em tese. Até que, insistentemente, afastando-se da identificação com o objeto observado e aproximando-se mais e mais da observação como sendo você, esse ambiente da ruptura toma proporções muito maiores e se torna a sua morada.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Loreena McKennitt - The Dark Night Of The Soul(tradução)

A Noite Negra da Alma
Sobre uma noite escura
A chama do amor estava queimando em meu peito
E como uma lanterna brilhante
Eu fugi de minha casa enquanto todos dormiam

Ocultada pela noite
E pela escada secreta eu rapidamente fugi
O véu escondia meus olhos
Enquanto tudo dentro dormia quieto como a morte

Refrão
Oh noite, és minha guia
Da noite mais amada do que o sol
Oh noite que une o amante
Com aquela que ama
Transformando um no outro

Sobre esta noite mística
Em segredo, além da visão mortal
Sem guia ou luz
Que queimava tão profundo em meu coração
Aquele fogo me guia
E se mostra tão brilhante quanto o sol do meio-dia
Para onde ele ainda espera
Era um lugar onde ninguém poderia chegar

Refrão

Dentro do meu coração batendo
Que se mantém inteiramente para ele
Ele dormiu
Embaixo dos cedros, todo meu amor que eu dei
Das paredes seguras
O vento colocaria seu cabelo contra sua sobrancelha
E com sua mão lisa
Acariciado cada sensação minha que permitiria

Refrão

Eu me perdi para ele
E coloquei minha face no peito de meu amante
E o cuidado e o pesar cresceram escuros
Como a névoa de manhã se tornou a luz
Lá eles entre os lírios claros
Lá eles entre os lírios claros
Lá eles entre os lírios claros.

Loreena McKennitt - The Dark Night Of The Soul

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