sábado, 30 de abril de 2011

Mooji - Acorde !

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Satyaprem - Apontando para a verdade.

Outro dia me deparei com algo que dizia que o Deus cristão nos deu a escolha de sermos felizes ou tristes. Confesso que me pus a pensar a respeito de por quanto tempo temos convivido com isso... Simplesmente aceitamos essa crença como um fato, sem a menor investigação. Mas se trata de nada mais nada menos que um dogma, porque nunca foi objetivamente investigado.

Por isso, aqui, proponho uma simples reflexão: se pudesse escolher ser feliz ou triste, o que escolheria? Atenção! Note que há um “se”. Se pudesse... o que você escolheria? Já posso ouvir que a resposta seria “ser feliz”. Então, se Deus nos deu o livre arbítrio, porque não escolhemos ser felizes? Possivelmente nos enganaram em algum lugar. E é para investigarmos isso que estamos aqui.

O nosso interesse não está em reforçar algum dogma ou o que quer que seja. O nosso interesse é desorganizar o que está posto como verdade e ver o fato. Quando olharmos dessa maneira para a nossa própria existência, será possível notar que o corpo e a mente têm limitações intrínsecas, com irremediável impossibilidade de transcendência. Somente é possível dar-se conta das limitações, e apenas nesse movimento estará a possível transcendência.

Quando você desperta para o fato de que tanto a mente quanto o corpo são observados e que, portanto, você não é nem o corpo nem a mente, existem consequências liberadoras desse entendimento. Se o corpo não é você, e é o corpo que morre, fica óbvio que não é você quem morre. Se o corpo sofre e você não é o corpo, fica óbvio que não é você que sofre. Se o corpo está com fome e você não é o corpo, quem é que está com fome? Experimente conviver com esse entendimento.

Nesse momento é possível ver que, num nível mais sutil, o pronome “eu” foi removido. Essa sabedoria nasce em você para transformar a rotina dos acontecimentos numa nova maravilha.

Fome é algo que aparece na Consciência que você é. Quando aparece fome na Consciência, uma vez apertado o botão da fome, este computador corpo-mente, este objeto programado, sabe muito bem o que fazer. Um mero distanciamento e pode ser visto que fome está acontecendo. Assim como todas as coisas, a fome acontece e você é a observação dos acontecimentos.

Aqui destaco uma tênue e abismal diferença entre o iluminado antigo e o atual. Antigamente foi dito por alguns iluminados que eles não sentiam fome, medo, tesão, ciúmes, inveja... isso ou aquilo. Dessa forma foi criado um modelo. Quando olhávamos para a nossa realidade cheia desses sentimentos, não era tão simples fugir dos comparativos e, assim, iluminação jamais seria possível. No entanto, agora, é possível notar simplesmente que você não é aquele que sente tudo isso. Tudo apenas aparece e você é aquele que observa o aparecer e o desapareder das coisas.

Não existem mais modelos. Se ainda há um modelo na sua mente do que um acordado seja, você tentará impor sobre si mesmo. Apenas saiba que é o corpo que está sentindo isso ou aquilo e que é a mente que pensa isso ou aquilo. Apenas saiba que você é aquele que observa, e tudo estará na mais perfeita ordem.

Diante de tal esclarecimento, não mais existe briga ou impertinência, não mais existe não-aceitação em relação ao que está acontecendo. Agora você se tornou um amante daquilo que acontece. Você ama a tudo o que acontece, incondicionalmente. Em aceitação, você nota que nada precisa ser modificado, porque as limitações são do limitado e você é o sem limites.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Satyaprem - Ver versus fazer

Quando começamos a nos dar conta de que o “ver” é impessoal, nasce a possibilidade de realizar que o que acontece com o corpo no dia a dia, é pura expressão daquilo que somos. 
A partir desse ponto, é muito mais importante “ver” do que qualquer “fazer”.

Qualquer coisa que você faça, decorre de uma série de circunstâncias, que não sabemos de antemão quais são. No entanto, o “ver” é absoluto. Ao procurar a entidade que você pensa ser, o que encontra? Aquiete-se e veja que, no lugar dessa entidade, há algo totalmente pacífico, silencioso e impessoal. Isso é você! Você pode não acreditar, mas é.

Acordar, então, é ver que nada precisa acontecer. Acordar não é algo que acontece para alguém. Acordar é a revelação de que não tem ninguém. Desse modo, não há nada para acontecer nem alguém com quem aconteça. Acordar acontece para ninguém. E, na verdade, não acontece.

As pessoas e talvez você também esteja procurando por um acontecimento. Este é um velho hábito. Estamos muito acostumados aos acontecimentos. O homem precisa de registros. Você tem o registro do seu nascimento, o registro da Primeira Comunhão, o registro da escola, o registro do noivado, o registro do casamento, o registro do divórcio... para tudo o que acontece, você tem um registro. 
Até porque, se não houver nenhum registro, o que acontece com essa falsa entidade entitulada “eu”? Sem registros fica óbvio que a entidade não existe. Ela só existe porque existe registro dela, porque tem uma história para contar.

Já aquilo para onde Satsang aponta, para onde eu insisto em chamar a sua atenção, é algo que não precisa de registro. Porque, é nisso que as coisas acontecem. Tudo acontece e desacontece nisso. E isso não acontece nem desacontece.

Isso não é o seu corpo, porque o seu corpo está acontecendo nisso. Isso não é a sua mente, porque a sua mente está acontecendo nisso. Isso não são os seus sentimentos e sensações porque ambos estão acontecendo nisso.

Acordar proporciona uma mudança de ponto de vista, um entendimento. Você começa a ver que o corpo e a mente não são você e tampouco têm escolha. Tudo o que acontece, acontece nisso. E isso vê tudo acontecer e desacontecer. Enquanto podemos por assim dizer que isso é um não-acontecimento.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Osho - Suas palavras

As palavras de Osho

Disseram a Osho:

Eu gosto muito de ouvir suas palestras, mas odeio as meditações. Está tudo OK, Osho? Talvez meu caminho é o da oração.

Se você realmente aprecia minhas palestras você vai apreciar as meditações também porque elas estão interligadas. Na verdade, minhas palestras nada mais são que aperitivos — se você gostar do aperitivo e não gostar do almoço vai morrer mais cedo ou mais tarde. Você vai morrer de fome.

As palestras são apenas para prepará-lo para as meditações. Se você odeia as meditações, então você não me ouviu. Então você pode pensar que você me ouviu, mas você não ouviu.

Ouvindo-me, o que mais há para fazer? Se você já me ouviu vai estar pronto para ir fundo nas meditações. E tudo o que eu estou dizendo será uma experiência real apenas quando você tiver ido para as meditações. Então isso vai se tornar a sua experiência.

Ouvindo-me, isso permanecerá algo emprestado, ouvindo-me você ficará vibrando com a possibilidade disso, ouvindo-me é como se eu estivesse falando sobre o maravilhoso Himalaia — e você me ouve e gosta disso. Mas você nunca foi ao Himalaia e tudo o que eu digo é nada comparado com a beleza do Himalaia. Como é que ela pode ser traduzida em palavras? Você terá que ir.

Se você está realmente ouvindo-me, um dia, de repente, você vai sentir: "Agora chegou a hora e eu tenho que ir para a aventura. Eu tenho que correr o risco." Meditações são a verdadeira jornada. Aqui eu simplesmente seduzo você para meditar. Não é o fim, é o começo.

Ouvi contar:

Um lanterninha ficou espantado ao ver um grande urso marrom sentado na primeira fila, comendo amendoim.
"Ei, você!" ele gritou. "Você é um urso! O que você está fazendo aqui?"
"Ora, eu gostei tanto do livro", respondeu o urso, "que pensei que iria gostar de ver o filme."

Se você realmente está me ouvindo e gostando disso, um dia você vai querer ver o filme também.

Se é verdade que você aprecia tudo o que estou dizendo, então como é possível que você odeie as meditações? Eu não sou um entretenimento. Talvez você esteja me usando como um entretenimento. Talvez ficando aqui por uma hora e meia todos os dias você esquece suas preocupações — por uma hora e meia você é transportado para outro mundo, para meu mundo.

E você vê coisas bonitas — pelo menos você as visualiza, imagina-as — e então você se vai. Então você se torna viciado nisso. Todo dia você tem que vir e me ouvir. Agora é só um intoxicante. Isso não vai ajudar.

Eu estou falando sobre comida — só a palestra sobre a comida não vai ajudar. O menu não é a comida. As palestras são apenas o menu, e você terá que fazer um pedido.

Isso aconteceu:

Um playboy americano estava dando uma olhada em um dos hotéis mais luxuosos de Paris. Ele disse ao funcionário que queria o melhor quarto.
Quando chegou ao quarto, ficou impressionado com o mobiliário requintado e com a decoração de bom gosto.
Entretanto, viu uma série de botões coloridos na parede. "Diga-me," ele perguntou ao mensageiro, "para que são esses botões?".
"Bem, senhor", disse o mensageiro, "quando você pressiona o dourado, uma bela loira aparece."
"Continue", disse o playboy exaltadamente.
"Quando você aperta o vermelho, uma ruiva aparece. E quando você aperta o marrom, uma bela morena aparece."
"Vamos esquecer o quarto", disse o playboy. "Vou levar os botões."

Mas os botões vêm com o quarto; apenas levar os botões para casa não vai ajudar — porque você pode continuar apertando os botões, mas ninguém vai aparecer.

Nas memórias de Lawrence da Arábia, ele escreve que uma vez levou doze árabes para a França com ele.
Essa foi a primeira vez que eles tinham saído do seu país. Houve uma grande exposição na França e Lawrence levou-os para vê-la.

Mas ele estava muito confuso. Depois que eles entraram na banheira, não queriam mais sair. Eles podiam ficar por horas no banho! Mas ele pensou: "É natural. Eles vêm de um país desértico, onde a água é muito escassa então eles estão aproveitando a banheira e a ducha".

Eles podiam ficar pulando e dançando no banheiro e não tinham o menor interesse ​​na exposição. Na hora de voltar — e eles estavam sempre com pressa para voltar ao hotel, eles diziam: "Vamos para cima". E eles corriam para o banheiro e se divertiam.

No último dia, quando todas as malas estavam prontas e colocadas nos carros e eles estavam saindo para o aeroporto, todos os árabes desapareceram de repente. Lawrence se questionou para onde eles tinham ido porque eles estavam atrasados. De repente ele se lembrou que talvez eles tivessem voltado ao banheiro. Então ele correu para cima e eles estavam todos lá, tentando tirar as torneiras.

Ele perguntou: "O que vocês estão fazendo?"
Eles disseram: "Nós pensamos que poderíamos levar essas torneiras. Vamos aproveitá-las na Arábia."

Eles achavam que a água vinha por meio delas. Era um milagre! Eles não sabiam que havia um encanamento e um grande mecanismo por trás disso e você não pode simplesmente levar as torneiras - elas não seriam de nenhuma utilidade.

O que estou dizendo para você é apenas como uma torneira. Existe uma grande fonte por trás de onde tudo vem. A menos que você vá lá, apenas me ouvir não vai ajudar. Pode ser um alívio, um consolo, um vício, mas não vai trazer nenhuma revolução em sua vida.

Você diz: Está tudo OK, Osho? Não está OK de jeito nenhum. Você está desperdiçando seu tempo. Se você parar de me ouvir e continuar com as meditações é muito melhor que parar as meditações e me ouvir.

Osho, em "Tao: The Pathless Path"

sábado, 16 de abril de 2011

Satyaprem - Você já é Iluminado...

Na realidade do Ser, você não está em ponto algum e não há outro ponto a chegar. O ponto já é aqui e agora. Você é aquilo que busca. Nesse sentido, o que quer que seja delineado para você como busca é errôneo, vai levá-lo para algum outro lugar. Por isso, buscar a si mesmo é uma coisa ridícula. Na busca de si, você se divide em dois. Quem está buscando a si ? Se você já é aquilo que está buscando, não precisa buscar.

O que você tem buscado é uma ideia de si. Você tem um ideal, tem metas de iluminação: quando se mover como o Osho, ou quando não suar como o Mahavira. O Mahavira é um dos ícones indianos que diziam que não suava – tenho certeza que o Ser do Mahavira não suava, o meu também não sua, é o meu corpo que sua. Mas as pessoas precisavam da mitificação, então, eram dadas essas coisas. E assim nasceram os ideais.

Diziam que alguém entrava em Samadhi e não morria, então, em algum lugar na Índia, a polícia teve que tirar todo mundo à força porque havia um corpo fedendo, se deteriorando. Havia seis dias que o corpo estava morto sob o calor da Índia, e os discípulos estavam todos ao redor, dizendo que ele estava em Samadhi e iria voltar. Ora! Morreu, apagou a vela, agora queima! A realidade do corpo é fazer exatamente o que você tem observado ele fazer. Se alguém bater num Buda, ele sente dor. Se alguém fizer um carinho, uma carícia num Buda, ele sente prazer. O corpo sente fome, prazer, dor, cansaço, frio...

Agora, a Essência não sente nada disso, não precisa de nada disso. Ela é suficiente em si, mas nós entendemos isso como sendo a manifestação corpo-mente sentindo, tendo aqueles efeitos sobrenaturais, esotéricos. Fica mitificado. E nós tentamos fazer a mesma coisa: imitar.

Foi falado de não pensar no futuro e nem no passado, mas “quem você é”, o Ser, não pensa nem no futuro e nem no passado. Ele não pensa nada, quem pensa é a mente – a mente pensa e não tem jeito. Assim como suas pernas servem para caminhar, sua mente serve para pensar. Mas logo você pensa que suas pernas se movem quando sua mente quer, então, você espera que a mente, ela mesma, possa pensar e parar de pensar quando quiser. Mas, afinal, quem faria a mente pensar ou parar de pensar?

Participante — A própria mente.

Você tem alguma outra consciência de ser, a não ser a sua própria mente? Não tem. Por isso quero que você saiba “quem você é”, para compreender isso e fazer uma dissociação. No momento em que você “vê”, você nota que aquilo que pensa é a mente e que ela tem pensado uma série de coisas, inclusive a respeito de parar de pensar.

A mente é um elemento sutil, bem mais sutil do que o corpo. Nosso corpo é muito mais perceptível e concreto do que nossa mente. Onde está a mente? Não tem substância, mas o corpo parece ter. Então, Buda propôs que primeiro percebêssemos o corpo, depois os pensamentos e – mais sutil ainda – os sentimentos.

Vou guiá-lo até um ponto. A partir desse ponto, se você “vê” ou não “vê”, depende da Existência. Se ela quiser que você veja, ela deixa você “ver”. Mas até esse ponto eu te levo.

Uma vez visto, você estará observando por si mesmo. Você não pode ser o seu corpo porque você observa o seu corpo, observa a limitação do corpo através dos sentidos. Você observa a mente quando ela pensa, então, você não pode ser a mente. Quem é esse que observa? Essa é a pergunta. Na verdade, ela já está respondida: você é aquele que observa. Você é aquilo que está observando.

Não importa o que esteja acontecendo, a observação é sempre total. Ela precisa desse corpo-mente para se auto-observar. A pergunta que deixo é: “Quem é você?” Isso você tem que saber, tem que se dar conta. É um saber intuitivo, não passa pelo racional, nem passa pelo aparelho sensorial, pela estrutura sensorial. Senão, seria a mente tentando conceber o inconcebível.

É o peixe dentro d’água tentando conhecer o oceano como um todo. O peixe, pela limitação dele, apenas pode conceber o oceano fragmentadamente. Ele pode montar uma estrutura racional a partir dos fragmentos de memória, de experiências que ele tem, mas, ele pode ter o Todo? Por isso, eles chamam de experiência transcendental, mística ou iluminação – quando há transcendência. Na Psicologia, tentaram chamar de “transpessoal”, “psicologia transpessoal” – porque transcendia o fato de sermos uma pessoa. A observação dos fenômenos que transcendem a pessoa e o que você é, definitivamente, transcendem sua pessoa.

Isso não cabe na mente. Não pense que a mente tem de fazer alguma coisa com isso; deixe a mente falar, não use o que estou dizendo. Deixe isso cair para dentro de você e receba como um balde vazio e sem fundo recebe a água que cai.

Não tem como o imensurável caber dentro do limitado. Nosso corpo é limitado – como poderia caber o ilimitado dentro do corpo? Se tentar conceber isso, você está obviamente fadado ao fracasso. Há somente uma coisa que está aqui e agora e em nenhum outro lugar no tempo ou no espaço. Sem Consciência, você não estaria aqui e agora.

Por mera ignorância, você tem uma noção de separação. Não pense que é por algum outro motivo porque você já é a Iluminação!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Satyaprem - Você é Aquilo.

Que perfeição você está almejando? Que perfeição colocaram na sua cabeça, que você tenha que buscar? Essa perfeição não existe, ela é seu único sofrimento. Você tem tentado ser o que não é, mas você só pode ser o que é. E, se você é, não precisa mais tentar ser, pois você já é. Dessa forma, tudo o que você tem feito, tudo o que o identifica, que lhe dá uma imagem de si mesmo, cai por terra – inclusive, a imagem daquele que está buscando a Verdade vai ter que ser entregue nesse fogo.

Você não precisa melhorar absolutamente nada, tudo está perfeito do jeito que é. Você não precisa de nada, você é a imagem e semelhança de Deus, do Silêncio, d’Aquilo que não tem nome. Isso já lhe foi dito, mas você não acredita. Você é, sim, a imagem e semelhança d’Aquilo, quer goste ou não, acredite ou não. Não estou interessado em crenças. Estou interessado em que você experimente, que veja com seus próprios olhos que não há como ser de outra forma, porque Aquilo é tudo o que existe.

Estou chamando de “Aquilo” e quero que você entenda meu discurso, ele é novo. Você, como pensa que é, não existe – isso tem que ser comprovado por você mesmo. Ou melhor, Aquilo que não existe vai comprovar que não existe. Apenas permita.

Só existe Aquilo, não existe nada fora d’Aquilo. Você tem uma pretensão arrogante de achar que existe “fora” d’Aquilo, mas isso é impossível porque não existe peixe fora d’água. Você é Aquilo e Aquilo não nasce, não morre e não vai a lugar nenhum, nem melhora a si mesmo. Não existe melhoramento, não existe evolução n’Aquilo. Aquilo é perfeito. Aquilo é imutável, é intocável, ninguém toca n’Aquilo. Tudo acontece dentro d’Aquilo. Existe um dizer: “O peixe dentro d’água não tem sede”.

Isso, que tem engendrado toda a busca, não é nada mais do que o engano de um peixe dentro do oceano tentando descobrir onde fica o oceano. Você é um peixe desvairado, navegando os sete mares, perguntando para todos os peixes que encontra: “Você sabe onde é o oceano?” E os outros peixes respondem: “Não, nós também estamos procurando...” Veja! Isso é hilário. Como podemos procurar por algo no qual estamos embutidos?

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Osho - Pensamentos e vibrações

Pensamentos e vibrações

Quando você pensa sobre alguma coisa, um tipo particular de vibração o rodeia. Esta é a razão pela qual, às vezes, quando você está perto de uma determinada pessoa, você se sente triste sem nenhuma razão aparente. Por outro lado, na companhia de outra pessoa, você pode se sentir alegre de repente.

Os poderes da mente se desenvolvem mais e mais à medida que vamos para dentro, e se dissipam quando vamos para fora... Até agora, os pensamentos não foram considerados como tendo uma existência física, mas é um fato que, quando você pensa um tipo particular de pensamento, as vibrações ao seu redor mudam de acordo. É interessante notar que não apenas pensamentos mas até mesmo palavras têm as suas vibrações. Se você espalhar partículas de areia sobre um vidro plano e entoar AUM alto, o padrão causado pela vibração do som será diferente do padrão causado ao entoar RAM. Você se surpreenderá em saber que quanto mais alto um insulto for proferido, mais feio é o padrão formado, e quanto mais bela a palavra, mais belo será o padrão da sua vibração. Assim, por milhares de anos foram feitas pesquisas para encontrar palavras que produzem belas vibrações e se considerou se o seu impacto era suficiente para bater no coração.

As palavras são pensamentos manifestados. Entretanto, palavras não manifestadas também carregam uma ressonância e nós as chamamos de "pensamentos." Quando você pensa sobre alguma coisa, um tipo particular de vibração o rodeia. É por isso que, às vezes, quando se está perto de uma determinada pessoa, você se sente triste por nenhuma razão aparente. Pode ser que esta pessoa não tenha emitido uma única palavra negativa, e talvez até ela esteja rindo e feliz de tê-lo encontrado. Ainda assim, uma tristeza toma conta de você por dentro. Por outro lado, na companhia de outra pessoa, você pode se sentir alegre de repente.

Você entra numa sala e pode sentir uma mudança repentina dentro de si. Alguma coisa sagrada ou profana toma conta de você. Em alguns momentos, você está rodeado de paz e tranqüilidade e, em outros, de inquietude. Você não consegue entender e se pergunta, "Eu estava me sentindo muito em paz. Por que essa inquietude de repente surgiu na minha mente?" Existem ondas de pensamento em todo o seu redor e elas continuam entrando em você durante as 24 horas.

Osho, In Search of the Miraculous, V2, # 5

Osho - Não tente parar seus pensamentos

  Não tente parar os pensamentos

         Seus pensamentos não possuem quaisquer raízes, eles não têm nenhum lar; eles perambulam exatamente como nuvens. Assim você não precisa combatê-los, você não precisa ser contra eles, você não precisa nem mesmo tentar parar os pensamentos.
         Isso deve se tornar um profundo conhecimento em você, porque sempre que uma pessoa se torna interessada em meditação, começa a tentar parar de pensar. E, se você tentar deter os pensamentos, eles jamais serão detidos, porque o próprio esforço para deter um pensamento é um pensamento, o próprio esforço para meditar é um pensamento, o próprio esforço para atingir o estado búdico é um pensamento. E como você pode deter um pensamento com outro pensamento? Como você pode deter a mente criando outra mente? Você estará se agarrando à outra. E isso continuará, e continuará, ad nauseam, e não terá fim.
         Não lute - pois quem irá lutar? Quem é você? Apenas um pensamento; assim não faça de si mesmo um campo de batalha de um pensamento combatendo outro. Ao invés, seja uma testemunha –  você apenas observa os pensamentos flutuando. Eles param, mas não pelo seu parar. Eles param por você se tornado mais cônscio, não por qualquer esforço de sua parte para detê-los – dessa forma eles jamais param, eles resistem.

                     Osho, Tantra –  The Supreme Understanding, # 2



Osho - Seja simplesmente uma testemunha

      Seja simplesmente uma testemunha

                Quando eu digo que meditação não é nada além de ausência de pensamentos, você pode me entender erroneamente. Você não tem de fazer nada para ficar sem pensamentos, porque o que quer que você faça será novamente um pensamento. Você tem que aprender a ver a procissão de pensamentos, ficando do lado da estrada, como se não fosse do seu interesse o que está passando por ali. Simplesmente o tráfego ordinário - se você puder tomar seus pensamentos de um modo que eles não sejam de muito interesse, então, facilmente, lentamente, a caravana de pensamentos que tem existido continuamente por milhares de anos desaparece.
                Você tem que compreender uma coisa simples: que dar atenção é dar nutrição. Se você não der nenhuma atenção e permanecer indiferente, os pensamentos começam a morrer por conta própria. Eles não têm nenhum outro modo para conseguir energia, nenhuma outra fonte de vida. Você é a energia que eles têm. E como você continua lhes dando atenção, seriamente, você pensa que é muito difícil se livrar dos pensamentos. É a coisa mais fácil do mundo, mas tem de ser feito da maneira certa.
                A maneira certa é ficar do lado. O tráfego vai passando - deixe-o passar. Não faça nenhum julgamento de bom e mau; não aprecie, não condene. Está tudo certo.
                Sem forçar... e isso é algo que tem de ser lembrado, porque nossa tendência natural é forçar - se é para ficarmos sem pensamentos, por que não forçar os pensamentos? Por que não joga-los fora? Mas através do simples ato de forçá-los, você está lhes dando energia, está lhes dando nutrição, está lhes dando atenção e os está tornando importantes - tão importantes que sem jogá-los para fora, você não pode meditar.
                Tente jogar fora um pensamento, e você verá como fica difícil. Quanto mais você o empurra para fora, mais ele volta com força! Ele adorará o jogo e você será derrotado no final. Você tomou a rota errada.
                (...)
                Você não pode reprimir nenhum pensamento. O próprio processo repressivo dá energia, vida, força a ele. E o enfraquece, porque você se torna o parceiro derrotado no jogo. A coisa mais fácil é não forçar, mas ser simplesmente uma testemunha.
                (...)
                Nunca force nenhum pensamento a ir embora, senão ele voltará com uma energia muito maior. E a energia é sua! Você está numa trilha de auto-fracasso. Quanto mais você o empurra para fora, com mais força ele volta.
                (…)
                Apenas permaneça em silêncio observando todos os tipos de coisas e deixe-as passar. Logo você encontrará a estrada vazia. E quando você encontrar a estrada vazia, você encontrou a mente vazia - naturalmente.
                (...)

                Quando você está no estado de não-mente, que equivale a ausência de pensamentos ... quando não há nenhuma nuvem de pensamento passando em sua mente, você atinge à claridade do estado de não-mente.
                A mente é simplesmente uma combinação de todos os pensamentos, de todas as nuvens. A mente não tem nenhuma natureza independente própria. Quando todos os pensamentos forem embora e o céu estiver limpo e claro, você verá que tudo aquilo para o qual você deu tanta atenção não é nada mais do que vazio. Seus pensamentos eram todos vazios. Eles não continham nada, eles eram vazios.
                Tudo o que você pensava que eles tinham era sua própria energia. Você retirou sua energia - o casco vazio do pensamento desaparece. Você retirou a identidade que você tinha com ele e, imediatamente, o pensamento não está mais vivo. Era a sua identificação que estava dando força de vida a ele.
                E estranhamente você pensava que seus pensamentos eram muito fortes e era muito difícil livrar-se deles! Você os estava lhes dando força, estava cultivando-os.
                (...)
                Você pode simplesmente sentar-se ou se deitar e deixar os pensamentos passarem. Eles não deixarão nenhum rastro. Simplesmente não fique interessado... nem  fique desinteressado tampouco. Simplesmente fique neutro. E ficar neutro é trazer de volta a  própria força de vida que você tem dado a seus pensamentos.
        OSHO, The Buddha: The Emptiness of the Heart, # 1
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