segunda-feira, 21 de novembro de 2011






Quem sou eu?
Eu tenho um corpo, mas eu não sou meu corpo.
Eu posso ver e sentir meu corpo,
E o que pode ser visto e sentido não é o verdadeiro Vidente.
Meu corpo pode estar cansado ou excitado,
Doente ou saudável, pesado ou leve,
mas isso nada tem a ver com meu Eu interior.
Eu tenho um corpo, mas eu não sou meu corpo.

Eu tenho desejos, mas eu não sou meus desejos, eu posso conhecer meus desejos,
e o que pode ser conhecido não é o verdadeiro. Conhecido.
Desejos vêm e vão, flutuando através de minha percepção,
mas eles não afetam meu Eu interior.
Eu tenho desejos, mas não sou desejos.

Eu tenho emoções, mas eu não sou minhas emoções.
Eu posso sentir minhas emoções,
e o que pode ser sentido não é o verdadeiro Senciente.
As emoções passam através de mim,
mas elas não afetam meu Eu interior.
Eu tenho emoções, mas eu não sou emoções.
Eu tenho pensamentos, mas eu não sou meus pensamentos.
Eu posso conhecer e intuir meus pensamentos,
E o que pode ser conhecido não é o verdadeiro Conhecedor.
Pensamentos vêm a mim e pensamentos me deixam,
mas eles não afetam meu Eu interior.

Eu tenho pensamentos, mas não sou meus pensamentos.
Eu sou o que permanece, um centro puro de percepção,
uma testemunha impassível de todos esses
pensamentos, emoções, sentimentos e desejos."

Ramana Maharshi

domingo, 13 de novembro de 2011

Osho - Entrega à Existência...

Osho, em "Guerra e Paz Interior: Ensinamentos do Bhagavad Gita"
Sempre conto a história de dois pedaços de palha que estão se afogando em um rio caudaloso. Uma das palhas, que está disposta em diagonal na correnteza, está tentando conter o rio, está gritando que não deixará o rio continuar.

Apesar de as águas do rio continuarem rolando e a palha ser 
incapaz de controlá-las, ela continua gritando que o rio será contido: está se gabando de que, quer ela viva ou morra, o rio será contido.

Mas essa palha continua se afogando. O rio não ouve sua voz e 
não sabe que a palha está lutando contra ele. É uma palha muito pequena; o rio não sabe que ela existe, e ela não faz a menor diferença para ele.

Mas para a palha é uma questão de grande importância. É a maior dificuldade de sua vida. Ela está se afogando, mas continua lutando, ela chegará 
ao mesmo lugar que chegaria se não estivesse lutando.

No entanto, como está lutando, esse momento, esse período será de 
dor, de pesar, de conflitoansiedade.

A palha perto dela se soltou. Ela 
não está indo contra o fluxo; está deitada reta, na direção em que o rio está correndo — e acredita que está ajudando o rio a correr.

O rio 
também não conhece a existência dessa palha. A palha pensa que, como está levando o rio para o mar, o rio vai chegar lá. E o rio desconhece essa ajuda.

Tudo isso não faz a menor diferença para o rio, mas para as duas palhas trata-se de um assunto de grande importância. Aquela que está guiando o fluxo do rio está sentindo uma 
imensa alegria; está dançando, repleta de prazer.

A palha que está lutando contra o rio está sofrendo muito. Sua dança não é uma dança: é 
um pesadelo. Nada mais é do que uma torção de seu corpo, ela está com problemas, está sendo derrotada; enquanto aquela que está indo com o rio está vencendo.

Um indivíduo é incapaz de fazer qualquer coisa 
exceto aquilo que seja a vontade do todo. Mas ele tem a liberdade de lutar, e lutando ele tem a liberdade de ficar ansioso.

Sartre disse algo importante: "
O homem está condenado a ser livre". O homem está fadado, está condenado, está amaldiçoado a ser livre.

No entanto, o homem pode usar sua liberdade de 
duas maneiras. Pode usar sua liberdade contra a vontade da existência e criar um conflito. Nesse caso sua vida será de pesar, dor e angústia, e por fim ele será derrotado.

Outro indivíduo pode fazer de sua liberdade um objeto de 
entrega à existência — e sua vida será uma vida de alegria, uma vida de dança e canção. E qual será o resultado final? O final não será nada além de uma vitória para ele.

A palha que acredita que está ajudando o rio tem a probabilidade de ser vitoriosa. Ela 
não pode ser derrotada. A palha que tenta parar o rio certamente será derrotada. Ela não pode vencer.

Então é impossível conhecer a vontade da existência, mas certamente é possível 
transformar-se em um com a existência. E se esse for o caso, então a vontade de uma pessoa desaparecerá e apenas a vontade da existência permanecerá.


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Satyaprem - Você é o Espelho ...

Participante – Pelo que tenho acessado através dos nossos encontros, compreendo então, que a proposta é, cada vez mais, se manter tranquilo como o espelho diante daquilo que está passando.

Satya - Não, a proposta é que, cada vez mais, você note que o espelho está tranquilo em frente àquilo que está passando. Não se mantenha focado no objeto, porque é exatamente a percepção de que o espelho está tranquilo, que “des-mantém” você. Compreende?

Participante – Sim, compreendo. É que, o que acontece normalmente, é: quando algo perturbador está sendo refletido, nós ficamos perturbados com o que está sendo refletido...

Satya - Observa o seguinte: algo está sendo refletido e você fica perturbado com o que está sendo refletido. Note se a perturbação não é mais uma reflexão. Porque, percebendo isso, você há de chegar ao espelho, que não está perturbado. O único problema é identificar-se com os reflexos.

Observe atentamente... Algo está acontecendo, e o perturbou. Essa perturbação é mais uma reflexão ocorrendo diante do espelho ou é o espelho, de fato, perturbado? O que estou querendo dizer é que, se uma perturbação surge, veja que é o objeto observado – esse sistema corpo-mente que equivocadamente é chamado de “você” – que está perturbado, e ele não é você. Você está por trás, observando o objeto perturbado, a perturbação e aquilo que a causou... Você é pura observação, a atenção sem escolha.

Isso implica que você não precisa evitar a perturbação. Você não precisa “des-perturbar-se”, porque aquele que está perturbado não é você. Quem está perturbado é o objeto observado, e ele pode estar perturbado – tanto que está. Porém, nem sequer um único adjetivo pode ser acrescentado à observação que você é.

O objeto está perturbado e você o observa. Estamos entendidos?

Participante – Nesse momento, percebo que eu não tinha entendido nada. Mas ao mesmo tempo é como se eu pudesse ver o que você estava apontando. Me  ocorre que às vezes eu tenho dificuldade para acompanhar, porque ora a mente está mais calma e em outro instante não está. Mas você falou agora e tudo clareou de novo.

Satya - Esse é o verdadeiro propósito de estarmos aqui – não há nenhum outro. Se quer saber a minha proposta, proponho que você, simplesmente, investigue aquilo que está sendo levantado e permaneça quieto. Não se mova, tampouco se comova com os reflexos diante do espelho. O espelho permanece infinitamente vazio – e isso é o que você veio resgatar aqui.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Satyaprem - Ruptura...

A mente pensa que é o observador e tenta descrevê-lo; porque, no sistema em que se encontra, ela só sobrevive na contenção dos conceitos. Por isso, quando é proposta a soltura do não-saber, ela não consegue. A proposta, em Satsang, é que você verifique exatamente isso.

Os parâmetros desse trânsito que proponho, repousa no dualismo entre a Verdade e a mentira como sendo opostos. Tem a ilha da mente e tem a capacidade do ver. Traduzindo: tem a mentira e a Verdade. Observe com qual das duas possibilidades você estabelece uma relação mais amorosa, mais silenciosa, mais tranquila e mais pacífica.

A mentira se apega à descrição dos objetos observados. A Verdade é a capacidade de ver e a realização de que aquele que vê nunca é transformado num objeto, portanto, não pode ser visto. Aqui, você permanece como pura subjetividade e suspende toda a sua existência na capacidade de ver, sabendo que esse ver não é interrompido jamais.

Dê-se conta disso. E esse dar-se conta implica no próprio ver vendo a si mesmo. Estamos diante de algo místico, portanto – místico porque rompe a razão. Em níveis objetivos aquele que vê não pode ser visto. No entanto a experiência mística pressupõe ver aquele que vê – transcende a lógica.

Enquanto você permanece com todo o seu olhar para fora, descrevendo os objetos observados, diante da proposta aberta em Satsang, se abre a possibilidade de ver aquele que vê.

Quando isso acontece, rompe-se algo no seu sistema. Diga-se de passagem, pode ser que essa ruptura já tenha ocorrido algumas tantas vezes, mas o sistema não se permite permanecer rompido, ele se reconstitui muito rapidamente – em tese. Até que, insistentemente, afastando-se da identificação com o objeto observado e aproximando-se mais e mais da observação como sendo você, esse ambiente da ruptura toma proporções muito maiores e se torna a sua morada.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Loreena McKennitt - The Dark Night Of The Soul(tradução)

A Noite Negra da Alma
Sobre uma noite escura
A chama do amor estava queimando em meu peito
E como uma lanterna brilhante
Eu fugi de minha casa enquanto todos dormiam

Ocultada pela noite
E pela escada secreta eu rapidamente fugi
O véu escondia meus olhos
Enquanto tudo dentro dormia quieto como a morte

Refrão
Oh noite, és minha guia
Da noite mais amada do que o sol
Oh noite que une o amante
Com aquela que ama
Transformando um no outro

Sobre esta noite mística
Em segredo, além da visão mortal
Sem guia ou luz
Que queimava tão profundo em meu coração
Aquele fogo me guia
E se mostra tão brilhante quanto o sol do meio-dia
Para onde ele ainda espera
Era um lugar onde ninguém poderia chegar

Refrão

Dentro do meu coração batendo
Que se mantém inteiramente para ele
Ele dormiu
Embaixo dos cedros, todo meu amor que eu dei
Das paredes seguras
O vento colocaria seu cabelo contra sua sobrancelha
E com sua mão lisa
Acariciado cada sensação minha que permitiria

Refrão

Eu me perdi para ele
E coloquei minha face no peito de meu amante
E o cuidado e o pesar cresceram escuros
Como a névoa de manhã se tornou a luz
Lá eles entre os lírios claros
Lá eles entre os lírios claros
Lá eles entre os lírios claros.

Loreena McKennitt - The Dark Night Of The Soul

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Satyaprem - Você não é sua mente...

Dê boas-vindas a todos os pensamentos, sentimentos, a todos os seus processos. Pare de julgar tudo como inadequado, não há inadequação. As coisas estão acontecendo porque estão acontecendo, você não precisa fazer nada. Todas as ideias que colocaram dentro de você, de que algo precisa ser feito, é perda de tempo. Você é perfeito do jeito que é e isso tem que ser absorvido por você.

Veja claramente, sem nenhuma dúvida. Não estamos aqui para acreditar em nada, não acredite no que estou falando. Olhe, verifique, observe e veja se tem sentido, se é tangível para você. Se for, é seu, e ninguém pode lhe roubar – porque não foi dado por ninguém –, você está vendo com seus próprios olhos.

Lembre-se: a essência da mente é pensar, então, ela pensa. Não se confunda! Deixe-a pensar! Até agora, você tem brigado com isso, não tem aceitado. Mas você só encontra inadequação na realidade porque leu em algum lugar que era preciso parar de pensar. Então, um mínimo entendimento é necessário. Investigue e veja quem é que pensa. Você pensa ou você observa os pensamentos tanto quanto qualquer outra ocorrência no espaço-tempo? O Ser não pensa.

Você, portanto, não precisa parar de pensar, apenas dê-se conta de que quem você verdadeiramente é não pensa. O equívoco fundamental é confundir-se com a sua mente. Se preciso, escreva no espelho do seu banheiro: “Eu não sou a mente!” O único próposito disso é que você dê as boas-vindas a tudo, porque, desse modo, a mente se aquieta e não tem o que fazer. Dê à sua mente um palco, onde ela goste e possa atuar à vontade, e fique sentado na platéia, aplaudindo, se for o caso. Permita que ela faça o que quiser e seja apenas um observador. Pois você é o observador, quer queira ou não, saiba ou não, goste ou não – você não tem escolha. E sabe o nome disso? Isso é liberdade!

Apenas faça a sua parte, olhe e veja! Veja se o que está sendo dito faz sentido, se o liberta, se o livra de culpas, se o acalma ou se te dá mais coisas para pensar e fazer. Veja o que é que o relaxa e o mantém tranquilo.

Isso com que você se identifica como sendo você, não tem o menor apito na realidade. Dê-se conta! Veja as árvores lá fora, olhe pela janela e veja a magnitude de tudo. Olhe para o céu, veja a grandiosidade em sua volta, e reconheça a sua pequenez. Seu corpo e sua mente são ondas no oceano. Você é o oceano, deixe que ele tome conta disso

sábado, 3 de setembro de 2011

Satyaprem - A Verdade Nua e Crua ...

Identificado com o corpo e com a mente, você ignora a sua própria natureza. Nessa ignorância, está o sofrimento. Quando você não faz vista-grossa para a sua natureza, que é Observação, você não mais se identifica com a forma.

É uma questão de percepção. Ou você se identifica com a sua natureza ou com a forma, com o corpo e com a mente. Identificado com a forma, você se reconhece como sendo as nuvens que passam. No entanto, o céu não deixa de ser o céu, ainda que ele pense ser as nuvens que estão passando. Clareza acontece quando isso se resolve internamente.

Por que estou dizendo isso? Porque quando você se identifica com a forma, com a nuvem, você teme a morte. Aliás, você teme um monte de coisas. Você sofre de apegos e desapegos. Liberdade acontece quando você repousa na sua natureza, na Observação que você é.

Sofrimento é ignorância de si. Na verdade, não existe sofrimento. Quem sofre é o corpo e a mente. E estamos aqui para investigar o fato da mente e do corpo não existirem. E, se você entende, essa percepção aniquila toda e qualquer carga decorrida da forma. A verdade é que só existe Consciência! Observação é tudo o que existe.

Permita que isso seja acomodado em você: as nuvens vêm e vão sem causar o menor transtorno ao céu. O céu continua o mesmo, ileso.

Essa é a Natureza do teu ser. Isso é você! Você permanece ileso. Ainda que alguém o machuque, ainda que alguém o elogie – tudo isso está acontecendo na periferia –, você permanece, apesar de qualquer coisa, imparcial.

Há uma chance de esclarecer e realizar isso. É o que chamam de iluminação. De repente, torna-se transparente que ela não existe. E a única coisa que você pode fazer por essa realização é ouvir o que está sendo apontado em Satsang e elaborar internamente, ao ponto máximo de compreensão. Porque se houver uma mínima confusão, você não irá fazer investigação nenhuma.

Portanto, pondere: mente e corpo não existem. Tudo o que existe é Consciência.

Consciência ignorante de si mesma é mente. 
Consciência reconhecendo a si mesma é não-mente.
E isso não é um acontecimento, é algo que está presente, aqui e agora.

Osho - Música do Mundo de Osho.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Eckhart Tolle - Entrevista

Satyaprem - Apontando claramente para a Verdade...

Se puder ver o que há além do que a sua mente conhece, isso será
suficiente, a semente estará plantada. Você quer experimentar a ausência
dos pensamentos e das emoções, mas onde está buscando essa experiência?

Fique quieto, agora, e veja qual o pensamento, qual a emoção que surge no
silêncio. Pare tudo por um segundo, essa é a semente de tudo.
Se nesse instante você nota que não tem nenhuma emoção e nenhum pensamento,
se abre a possibilidade de que você reconheça essa visão como preciosa e abismal.
Não está em nenhum outro lugar, senão aqui. Está sempre aqui!

Sempre que existe alguém disposto a se afastar dos pensamentos, a se
afastar das emoções, a se afastar de si mesmo, o aqui se abre.
E, por favor, não guarde isso como uma memória, não tenha uma memória do aqui.
Reconheça a possibilidade preciosa de estar sempre presente. O aqui é
eterno,  isso é matemático, o aqui não termina.

Quando os pensamentos aparecem, isso exige de você um pouco mais de
acuidade, para que você veja que, mesmo que os pensamentos estejam
presentes, o Silêncio permanece.
Sem investigação, apenas parece que o Silêncio desaparece, mas isso não é verdade.
É justamente por causa do Silêncio que existe a possibilidade do ruído.
Se não houvesse Silêncio, não haveria ruído.
O Silêncio é a fonte de tudo, de onde tudo vem e para onde  tudo vai.

Quem é você? Você é o ruído?
Se eu digo que sou o "Satyaprem", o Satyaprem é um ruído.
Se eu digo que sou o "corpo", o corpo é um ruído na Consciência que eu sou.

A equação é simples. Se olhar para fora você é um corpo. Se olhar para
fora, em termos emocionais, você é alguma sensação definida pelas
circunstâncias.
Se olhar para a sua mente, você é uma memória espelhada nas experiências.

Mas ao olhar para dentro, você é Silêncio.
E não tem como fugir disso, não importa o quanto você tente, mais cedo ou mais tarde  você irá se acomodar nisso. Aceite isso e lave as suas mãos. Deixe que tudo passe e você fica

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Osho - Meditação é uma experiência

Você não acredita em Deus? Isso não é um obstáculo à meditação.

Não acredita na alma? Isso também não é um obstáculo à meditação.

Não acredita em coisa alguma? Isso não é um obstáculo.

Você pode meditar, porque a meditação simplesmente diz como ir para dentro: não importa se ali existe ou não uma alma; se existe ou não um Deus, não importa.

Uma coisa é certa: você existe. Se você existirá ou não depois da morte não importa. Só uma coisa importa: neste exato momento, você existe.

Quem é você? Entrar em você é meditação — entrar mais fundo em seu próprio ser. Talvez ele seja apenas momentâneo; talvez você não seja eterno; talvez a morte ponha um fim em tudo.

Não impomos nenhuma condição na qual você deva acreditar. Dizemos apenas que você tem de experimentar. Simplesmente tente!

Um dia, acontece: os pensamentos não mais estão presentes. E subitamente, quando os pensamentos desaparecem, o corpo e você estão separados — porque os pensamentos são a ponte. Através deles você se une ao corpo; esse é o elo.

De repente o elo desaparece — você está presente, o corpo está presente, e há um abismo infinito entre os dois. Então, você sabe que o corpo morrerá, mas que você não pode morrer.

Então, isso não é algo como um dogma; não é um credo, é uma experiência — incontestável. Nesse dia, a morte desaparece; nesse dia, a dúvida desaparece, porque, agora, você não tem de estar sempre se defendendo. Ninguém pode destruí-lo, você é indestrutível.

Então surge a confiança, ela transborda. E confiar é estar em êxtase; confiar é estar em Deus; confiar é sentir-se preenchido.

Por isso não digo para cultivar a confiança. Digo para experimentar a meditação.

Osho, em "O que é Meditação?"

sábado, 23 de julho de 2011

Satyaprem - Ninguém agora.

A partir da constatação de que não tem ninguém em lugar nenhum, os acontecimentos são observados sob a ótica da não importância. As coisas simplesmente acontecem, sem que haja um responsável por sua criação. Ninguém as criou, pelo simples fato de não ter ninguém.
Viver no presente engendra responder naturalmente às circunstâncias do momento, fazendo tudo o que se apresenta, sem tomar o que quer que seja como realidade. Afinal, a realidade é que você é a observação dos acontecimentos e, de maneira nenhuma, aquilo que observa é o objeto observado.
Responder com clareza aos acontecimentos, flui da atenção que você é. Render-se ao agora proporciona a visão clara e límpida de que não tem ninguém. Tudo o que acontece, acontece em você. Inclusive você – esse você pensado – é um acontecimento dentro da Consciência que você é.
Afaste-se daquilo que tem sido tomado como verdade e aproxime-se da Verdade proposta por Satsang. Sob esse aspecto, você pode estar atravessando o maior inferno sem a menor identificação com o sofrimento.

Wayseer - Os Visionários do Caminho(texto)

Se voce preferir assista ao video antes de ler o texto  :

ATENÇÃO: a todos os infratores de regras, inadaptados e desordeiros,
A todos os espíritos livres e pioneiros,
A todos os visionários e inconformados,
Tudo o que o sistema te disse que está errado contigo é, na verdade, o que está certo contigo.
Vê coisas que outros não vêem.
Está equipado para mudar o mundo. Ao contrário de 9 em cada 10 pessoas, a tua mente não é reprimível - e isto ameaça a autoridade.
Nasceste para ser um revolucionário. Não suportas as regras porque no teu coração sabes que existe um caminho melhor.
Possui forças perigosas para o sistema e ele quer eliminá-las, portanto foi-te dito durante toda a tua vida que as tuas forças são fraquezas.
Agora te digo o contrário: a tua impulsividade é um dom.
Os impulsos são a tua chave para o miraculoso.
A tua distração é um artefato da tua inspirada criatividade.
As tuas alterações de humor refletem o impulso natural da vida:
Dão-te energia incomparável quando estás bem e profunda introspecção da alma quando estás em baixa.
Foste diagnosticado como um "distúrbio"?
Essa é a última forma da sociedade negar a sua própria doença, apontando o dedo para ti.
A tua personalidade de dependência é apenas um sintoma do subaproveitamento das tuas vastas capacidades heróicas, de expressão criativa e de ligação espiritual.
A tua ausência absoluta de repressão, o teu idealismo visionário, a tua mente aberta sem atenuação.
Nunca ninguém te disse isso?
Estas são as características partilhadas pelos maiores pioneiros e visionários, inovadores, revolucionários, procrastinadores e rainhas do drama, ativistas do cenário social, cadetes especiais e rebeldes, filósofos e desamparados, homens de negócios a pilotarem caças, estrelas de futebol e viciados em sexo, celebridades com ADD, alcoólicos que procuram novidade, os primeiros a responder, profetas e santos, místicos e agentes de mudança.
NÓS SOMOS TODOS O MESMO, VOCÊ SABE.
Porque somos todos afetados pelo caminho.
NÓS SOMOS TODOS O MESMO, VOCÊ SABE.
Porque somos todos atraídos para a chama.
No teu coração sabes que existe uma ordem natural.
Algo mais soberano que qualquer regra ou lei feita pelo homem pôde alguma vez expressar.
Essa ordem natural é denominada "O Caminho".
O Caminho é o substrato eterno do cosmos.
Orienta a própria corrente do tempo e espaço.
O Caminho é conhecido por alguns como a Vontade Deus, Providência Divina, o Espírito Santo, a Ordem Implícita, o Tao, entropia reversa, força da vida.
Mas por agora vamos apenas chamar de "o Caminho".
O Caminho reflete-se em ti como a fonte da tua inspiração, a fonte das tuas paixões, da tua sabedoria, do teu entusiasmo, da tua inspiração, do teu fogo espiritual - Amor.
O Caminho elimina o caos do Universo, sopra-o com vida e refletindo ordem divina.
O Caminho, quando experimentado pela mente é genial, quando percebido pelos olhos e belo, quando sentido pelos sentidos é graça, quando aceito no coração é AMOR.
Muitas pessoas não conseguem sentir o Caminho diretamente.  Mas depois existem os Visionários do Caminho, os Guardiões da Chama.
Os Visionários do Caminho têm um dom inexplicável por simplesmente conhecerem o Caminho.
Eles sentem-no no seu próprio ser. Não te podem dizer porquê ou como é que chegaram à resposta certa.
Eles apenas sabem-no no seu íntimo. Eles não podem mostrar como funciona. Portanto não perguntes.
As suas mentes estão, simplesmente, em ressonância com o Caminho.
Quando o caminho está presente, também eles estão.
Enquanto que outros estão cegos para isto, e a sociedade implora-te que o ignores, o "Caminho" agita-te por dentro.
A repressão neurológica bloqueia a consciência do Caminho na maioria das pessoas.
A censurar todos os pensamentos e impulsos do inconsciente está o córtex frontal deles - a Gestapo do cérebro.
Nada que viole a programação social consegue vencer.Mas a tua mente é diferente, a tua mente foi completamente descodificada para o Caminho, por qualquer traço genético milagroso, por qualquer químico psicotrópico ou talvez apenas pela vontade da tua própria alma.
As vias de recompensas do teu cérebro foram seqüestradas, foi utilizada dopamina para derrubar a ditadura fascista do teu córtex pré-frontal.
Agora teu cérebro está livre de repressão, a tua mente está livre de censura, a tua consciência está exposta aos mares turbulentos do inconsciente.
Através desta porta aberta a luz divina brilha na tua consciência mostrando-te o Caminho.
Isto é o que faz de ti um Visionário do Caminho.
90% da civilização humana são preenchidas por aqueles que têm o cérebro bloqueado para o Caminho.
Os cérebros deles estão preparados para fazer cumprir a programação social doutrinada desde o nascimento.
Ao contrário de ti, eles não conseguem sair desta programação porque ainda não experimentaram a necessária revolução da mente.
Essas pessoas programadas levam muito a sério as instituições sociais e regras.
A sociedade está cheia de jogos programados para manter as mentes das pessoas ocupadas para que não se revoltem
Estes jogos causam, muitas vezes, fixações doentias em protocolos peculiares, estruturas de poder, tabus e domínio. Todas as formas sutis de escravidão humana.
Esta forma distinta de loucura não é apenas tolerada pelas massas, mas também alimentada.
Os que estão programados acreditam tão vigorosamente em regras que se dispõem a destruir quem as viole.
Os Visionários do Caminho são aqueles que os desafiam. Uma vez que a mente do Visionário do Caminho é livre para rejeitar as programações sociais.
Os Visionários do Caminho vêem imediatamente as instituições por aquilo que são - jogos imaginários.
Os Visionários do Caminho confortam os perturbados e perturbam os confortáveis.
Ajudar aqueles que estão perdidos nestes jogos e se recusam a ajudar a si próprios é a vocação de muitos Visionários do Caminho.
Uma vez que os Visionários do Caminho são os que mantém  contato com a fonte original da realidade, são capazes de perturbas as convenções sociais e até mesmo os governos para realinhar a humanidade com o Caminho.
Os Visionários do Caminho são uma linhagem antiga.  Uma espécie de sacerdócio, portadores da chama aqueles "no conhecimento".
Devem sempre existir Visionários do Caminho para reformar as engrenagens vertiginosas e psicóticas da sociedade.
Rodas gigantes de hamsters irracionais obscurecendo o céu azul puro, mantendo a humanidade algemada numa cela escura.
Então os Visionários do Caminho são chamados para lançar luz sobre a loucura da sociedade.
Para continuamente ressuscitar o transcendente e intemporal  Espírito da Verdade.
Os Visionários do Caminho revelam esta verdade divina por dedicarem-se ao nascimento de qualquer ato criativo ou perturbador, expresso através de:
Arte ou filosofia, inovações que abalam a indústria, revoluções por democracia, golpes que derrubam hipocrisia, movimentos de solidariedade, mudanças que deixam legado, rebeliões contra política, tecnologia inspirada pelo espírito, momentos de clareza, coisas que desafiam as barbaridades,  rios de sinceridade, grandes impulsos de caridade,
NÓS SOMOS TODOS O MESMO, VOCÊ SABE.
Porque somos todos afetados pelo Caminho.
NÓS SOMOS TODOS O MESMO, VOCÊ SABE.
Porque somos todos atraídos para a chama.
Esta é a tua chamada, Visionário do Caminho.
Encontraste a tua tribo.
Bem-vindo a Casa.

























quarta-feira, 13 de julho de 2011

Satyaprem - Você já é aquilo !

O único propósito é que você acorde, que você se dê conta da Verdade. 
Este despertar pode ser destrutivo, de um certo ponto de vista, porque existem muitos sonhos que não podem permanecer intactos, se você se expõe ao Silêncio. 
Por outro lado, se você ficar se protegendo, selecionando e interpretando o que ouve, não tem como chegar ao mesmo ponto. 
No entanto, se você alinha com a proposta de Satsang, inevitavelmente, mais cedo ou mais tarde, quando você menos esperar, “você” já era.

Se eu fosse mais sério, estaria falando de “entrega”, de “rendição”... 
Mas prefiro propor que você venha de braços abertos. Abra os braços e deixe o Silêncio penetrar em você. Veja que o que estou o convidando a ver já é seu.  
O meu convite é nada mais nada menos do que aceitação.  
Mesmo que você esteja completamente negativo em relação ao mundo, aceite isso. 
Celebre e pratique a aceitação. 
Veja que não há problema e você corre um grande risco de entender o que estou dizendo e sorrir de tudo.

Se você é miserável, saiba que você é perfeitamente miserável, do jeito que tem de ser, do jeito que Deus quer que você seja. Você é perfeitamente isso ou aquilo, do jeito que Deus quer que seja. Acorde!

O que todas as pessoas querem, não importa o que digam, é a Paz que o Ser contém. É óbvio que isso que estamos contemplando em Satsang é conflitante com o que o mundo nos apresenta – ligue a TV e veja. 
As pessoas não se dão conta que defendem e protegem uma paz artificial. Ouse questionar isso e veja um grande potencial que se abre. Seja corajoso o suficiente para colocar de lado o que pensa e assumir, elegantemente, essa nova visão.

Se o que estou dizendo ressoa como verdade no seu coração, isso significa que essa verdade é sua, ela não é minha. Isso significa que a “transmissão” aconteceu – você reconhece aquilo que já é seu. 
Juntos, essa percepção se torna mais forte. 
Permaneça próximo e espere, é quase como aguardar o cozimento de uma comida. Ou, ainda, é como pegar uma semente e pôr na terra. Você não pode querer que ela dê frutos no dia seguinte, é preciso esperar. 
Espere pacientemente pelo seu florescimento. E, depois do florescimento, os frutos.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Satyaprem - Você não é o que você pensa que é !

A mente elabora tornar-se um santo ser o mais próximo da iluminação. Ela propõe que você não faça nada errado, nem pense “coisas feias” – e é exatamente essa lógica que gera a impossibilidade. Você só não alcança o real a esse respeito, porque está imaginando. Desse jeito, você tem renegado a si mesmo, consistentemente, com a esperança de que um dia possa descobrir algo que venha a remover todos os seus erros.

Por que você não experimenta sentar-se sem fazer nada exatamente agora? Não tem nada a ver com o que vai acontecer amanhã, não tem nada a ver com o que aconteceu ontem, não tem nada a ver com que idade o seu corpo tem, não tem nada a ver com o conteúdo da sua mente, não tem nada a ver com a sua memória emocional... Cancele tudo isso e tenha uma breve prova da leveza do Ser.

Este convite é incompreensível para a mente, essa é uma festa para a qual ela não foi convidada. Ela fica na porta e, obviamente, se rebela. Ela não gosta da ideia de não poder entrar nesta festa. Mas o problema é que nesta festa não existe mente... Não é que ela seja excluída, é que neste ambiente, nesta festa, a mente é inexistente.

Mas você insiste, querendo saber se encontrará a felicidade, caso compreenda isso. E eu, da minha maneira, insisto em revelar que você não vai ser feliz, porque isso não pode ser compreendido e porque felicidade não está em pauta – sinto muito! Até gostaria de gerar um discurso amigável em defesa da sua felicidade, mas não tem como. Aquilo que Satsang está propondo não tem como ser contido – é absolutamente novo e instantâneo, vive no instante.

Em Satsang, nada precisa ser feito, essa é uma permissão para simplesmente ser, e a mente não pode fazer absolutamente nada para o seu despertar. Despertar é justamente ver que você não é quem a mente diz que você é. O que pode a mente fazer a respeito de quem você é, posto que ela minta, a priori, sobre a sua verdadeira natureza?

Mais uma vez, eu insisto: quem é você, agora? Não prorrogue! Não venha com histórias de ontem, porque eu não estou aqui para ouví-las. Proponho um diálogo possível entre eu e você. É um diálogo arriscado e eu prometo ser cruel, pois não há tolerância alguma para com aquilo que é mentira. Sejamos francos! Afinal, você está atrás de um mestre ou de si mesmo? Você quer um mestre ou você quer a si mesmo?

Eu não proponho nenhum ritual, nenhuma nova religião. Não proponho absolutamente nada. Apenas se encante e desperte para a possibilidade de questionar verdadeiramente, sem mais delongas, quem você é. Se você se aproxima da intensidade desta pergunta, do fogo que esta pergunta engendra, você rompe com o tempo e cai no agora; e esse é o único propósito de estarmos aqui.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Osho - Dez mandamentos





















Você perguntou pelos meus Dez mandamentos.
É muito difícil, porque eu sou contra qualquer tipo de mandamento.
No entanto, apenas para se divertir, eu escrevo como se segue:

1 – Não obedeça nenhum comando a menos que seja um comando de dentro de voce.
2 - Não há outro Deus além da Vida dentro de voce.
3 - A verdade está dentro. Não procure em outro lugar.
4 - O amor é oração.
5 - O vazio é a porta de entrada para a Verdade. O vazio é o meio, o destino, a realização.
6 - A vida é aqui e agora.
7 - Viva totalmente acordado.
8 - Não nade, flutue.
9 - Morrer cada momento de modo que você cresça de novo, cada momento.
10 – Não busque: O que é, é. Pare e veja.

sábado, 7 de maio de 2011

Osho - Deus

Osho,
O que é existência? É aquilo que as pessoas chamam de Deus?

Existência é o que é, e Deus é aquilo que não é. Existência é uma realidade, Deus é uma ficção. Existência está disponível somente para meditadores, pessoas de silêncio. Deus é uma consolação para mentes e psicologias enfermas.

Existência não é sua produção – Deus é. Eis por que há somente uma existência, mas milhares de deuses. Cada um de acordo com suas necessidades, de acordo com o seu sofrimento, suas expectativas, cria um deus ou aceita uma antiga crença sobre Deus.

Deus é uma grande consolação, mas isso não é uma cura. Existência não é uma consolação. Estar em sintonia com ela é estar saudável e integral. Todas as religiões do mundo têm ensinado Deus. Eu ensino a vocês existência. Ensino estar em sintonia com aquilo que lhe circunda, que está dentro e fora de você. Uma vez que você está em sintonia com ela, não existe morte para você, nenhuma miséria, nenhuma tensão, nenhuma preocupação, mas uma tremenda paz lhe cerca, um contentamento com o qual você nunca sonhou ..

Deus é para aqueles que não podem crescer em consciência, que são retardados no que se refere a conscientização. Esta é um tipo de brinquedo, pessoas retardadas precisam disso. E no momento que digo isso é um brinquedo, então depende de você de como quer fazê-lo – semelhante a um macaco ou semelhante a um elefante. Só depende de você dar a ele quatro mãos ou mil mãos. Isso é sua criação. Bastante estranho, o homem acreditar que deus criou tudo.

A verdade é que o próprio Deus é uma criação da imaginação do homem.
Deus é a maior mentira que você pode encontrar, pois dessa mentira depende milhares de outras mentiras. Igrejas, organizações religiosas vão multiplicando mentiras sobre mentiras, só para proteger uma mentira.

Você precisa entender a psicologia da mentira. A primeira coisa sobre mentir é que você necessita de uma boa memória porque você tem que lembrar. Você mente para alguém sobre alguma coisa, para outra pessoa sobre outra coisa; você tem que lembrar-se o que você disse a um e o que disse a outra.

A verdade não necessita de lembrança. Verdade está sempre aí, exatamente a mesma. Você não precisa abarrotá-la em sua memória. Memória cria uma servidão, uma prisão. Esta se apega ao seu redor, encobrindo-lhe tanto, que lentamente, aos poucos você desaparece completamente. A verdade lhe desencobre de todas as mentiras. E há uma súbita revelação de que você é parte da imensa verdade que estou chamando de existência.

Você não necessita de igrejas, não precisa de nenhum templo, de nenhuma mesquita; você só precisa de um coração devoto, de um coração amoroso, de um coração grato. Este é seu verdadeiro templo. Isso irá transformar sua vida inteira. Isso irá lhe ajudar a descobrir não somente você mesmo, mas as próprias profundezas dessa imensa existência.

Somos quase como as ondas do oceano – apenas na superfície, e o oceano pode ter milhas de profundidade. O Oceano Pacífico tem 5 milhas de profundidade. Contudo, uma pequena onda no topo jamais conhecerá a profundeza – sua própria profundeza, porque ela não está separada do oceano. Ela irá apegar-se a sua pequena entidade, temer sobre a morte, temer perder a si mesma na vastidão, o oceano infinito. Mas a verdade é: a morte da onda não é uma morte, mas o princípio de uma vida eterna.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Osho - Por que meditar ?

Por que meditar?

A meditação é um modo de nos fixar em nós mesmos, no mais profundo centro de nosso ser. Uma vez que você encontrou o centro de sua existência, você terá encontrado tanto suas raízes quanto suas asas.

As raízes estão na existência, tornando você um ser humano mais integrado, um indivíduo. E as asas estão na fragrância que é liberada por estar em contato com a existência. A fragrância consiste de liberdade, amor, compaixão, autenticidade, sinceridade, um senso de humor, e um tremendo sentimento de alegria.

As raízes tornam você um indivíduo e as asas dão a você a liberdade do amor, para ser criativo, para compartilhar incondicionalmente a alegria que você encontrou. As raízes e as asas chegam juntas. Elas são dois lados de uma experiência e esta experiência é achar o centro de seu ser.

Estamos continuamente nos movendo na circunferência, sempre em algum lugar bem distante de nosso próprio ser, sempre direcionados para os outros. Quando tudo isso é abandonado, quando todos os objetos são abandonados, quando você fecha seus olhos para tudo que não é você; até mesmo sua mente, as batidas de seu coração são deixadas para trás; apenas um silêncio permanece.

Nesse silêncio você lentamente se assentará no centro de seu ser e então as raízes crescerão por si mesmas e as asas também. Você não precisa se preocupar com elas. Você não pode fazer nada com elas. Elas chegam por si mesmas.

Você apenas preenche uma condição, que é: estar em casa; e toda a existência se torna uma alegria para você, uma bênção.


Osho, em "The Osho Upanishad

Extraído do site Palavras de Osho.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Satyaprem - Apontando para a verdade.

Outro dia me deparei com algo que dizia que o Deus cristão nos deu a escolha de sermos felizes ou tristes. Confesso que me pus a pensar a respeito de por quanto tempo temos convivido com isso... Simplesmente aceitamos essa crença como um fato, sem a menor investigação. Mas se trata de nada mais nada menos que um dogma, porque nunca foi objetivamente investigado.

Por isso, aqui, proponho uma simples reflexão: se pudesse escolher ser feliz ou triste, o que escolheria? Atenção! Note que há um “se”. Se pudesse... o que você escolheria? Já posso ouvir que a resposta seria “ser feliz”. Então, se Deus nos deu o livre arbítrio, porque não escolhemos ser felizes? Possivelmente nos enganaram em algum lugar. E é para investigarmos isso que estamos aqui.

O nosso interesse não está em reforçar algum dogma ou o que quer que seja. O nosso interesse é desorganizar o que está posto como verdade e ver o fato. Quando olharmos dessa maneira para a nossa própria existência, será possível notar que o corpo e a mente têm limitações intrínsecas, com irremediável impossibilidade de transcendência. Somente é possível dar-se conta das limitações, e apenas nesse movimento estará a possível transcendência.

Quando você desperta para o fato de que tanto a mente quanto o corpo são observados e que, portanto, você não é nem o corpo nem a mente, existem consequências liberadoras desse entendimento. Se o corpo não é você, e é o corpo que morre, fica óbvio que não é você quem morre. Se o corpo sofre e você não é o corpo, fica óbvio que não é você que sofre. Se o corpo está com fome e você não é o corpo, quem é que está com fome? Experimente conviver com esse entendimento.

Nesse momento é possível ver que, num nível mais sutil, o pronome “eu” foi removido. Essa sabedoria nasce em você para transformar a rotina dos acontecimentos numa nova maravilha.

Fome é algo que aparece na Consciência que você é. Quando aparece fome na Consciência, uma vez apertado o botão da fome, este computador corpo-mente, este objeto programado, sabe muito bem o que fazer. Um mero distanciamento e pode ser visto que fome está acontecendo. Assim como todas as coisas, a fome acontece e você é a observação dos acontecimentos.

Aqui destaco uma tênue e abismal diferença entre o iluminado antigo e o atual. Antigamente foi dito por alguns iluminados que eles não sentiam fome, medo, tesão, ciúmes, inveja... isso ou aquilo. Dessa forma foi criado um modelo. Quando olhávamos para a nossa realidade cheia desses sentimentos, não era tão simples fugir dos comparativos e, assim, iluminação jamais seria possível. No entanto, agora, é possível notar simplesmente que você não é aquele que sente tudo isso. Tudo apenas aparece e você é aquele que observa o aparecer e o desapareder das coisas.

Não existem mais modelos. Se ainda há um modelo na sua mente do que um acordado seja, você tentará impor sobre si mesmo. Apenas saiba que é o corpo que está sentindo isso ou aquilo e que é a mente que pensa isso ou aquilo. Apenas saiba que você é aquele que observa, e tudo estará na mais perfeita ordem.

Diante de tal esclarecimento, não mais existe briga ou impertinência, não mais existe não-aceitação em relação ao que está acontecendo. Agora você se tornou um amante daquilo que acontece. Você ama a tudo o que acontece, incondicionalmente. Em aceitação, você nota que nada precisa ser modificado, porque as limitações são do limitado e você é o sem limites.

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