segunda-feira, 21 de novembro de 2011






Quem sou eu?
Eu tenho um corpo, mas eu não sou meu corpo.
Eu posso ver e sentir meu corpo,
E o que pode ser visto e sentido não é o verdadeiro Vidente.
Meu corpo pode estar cansado ou excitado,
Doente ou saudável, pesado ou leve,
mas isso nada tem a ver com meu Eu interior.
Eu tenho um corpo, mas eu não sou meu corpo.

Eu tenho desejos, mas eu não sou meus desejos, eu posso conhecer meus desejos,
e o que pode ser conhecido não é o verdadeiro. Conhecido.
Desejos vêm e vão, flutuando através de minha percepção,
mas eles não afetam meu Eu interior.
Eu tenho desejos, mas não sou desejos.

Eu tenho emoções, mas eu não sou minhas emoções.
Eu posso sentir minhas emoções,
e o que pode ser sentido não é o verdadeiro Senciente.
As emoções passam através de mim,
mas elas não afetam meu Eu interior.
Eu tenho emoções, mas eu não sou emoções.
Eu tenho pensamentos, mas eu não sou meus pensamentos.
Eu posso conhecer e intuir meus pensamentos,
E o que pode ser conhecido não é o verdadeiro Conhecedor.
Pensamentos vêm a mim e pensamentos me deixam,
mas eles não afetam meu Eu interior.

Eu tenho pensamentos, mas não sou meus pensamentos.
Eu sou o que permanece, um centro puro de percepção,
uma testemunha impassível de todos esses
pensamentos, emoções, sentimentos e desejos."

Ramana Maharshi

domingo, 13 de novembro de 2011

Osho - Entrega à Existência...

Osho, em "Guerra e Paz Interior: Ensinamentos do Bhagavad Gita"
Sempre conto a história de dois pedaços de palha que estão se afogando em um rio caudaloso. Uma das palhas, que está disposta em diagonal na correnteza, está tentando conter o rio, está gritando que não deixará o rio continuar.

Apesar de as águas do rio continuarem rolando e a palha ser 
incapaz de controlá-las, ela continua gritando que o rio será contido: está se gabando de que, quer ela viva ou morra, o rio será contido.

Mas essa palha continua se afogando. O rio não ouve sua voz e 
não sabe que a palha está lutando contra ele. É uma palha muito pequena; o rio não sabe que ela existe, e ela não faz a menor diferença para ele.

Mas para a palha é uma questão de grande importância. É a maior dificuldade de sua vida. Ela está se afogando, mas continua lutando, ela chegará 
ao mesmo lugar que chegaria se não estivesse lutando.

No entanto, como está lutando, esse momento, esse período será de 
dor, de pesar, de conflitoansiedade.

A palha perto dela se soltou. Ela 
não está indo contra o fluxo; está deitada reta, na direção em que o rio está correndo — e acredita que está ajudando o rio a correr.

O rio 
também não conhece a existência dessa palha. A palha pensa que, como está levando o rio para o mar, o rio vai chegar lá. E o rio desconhece essa ajuda.

Tudo isso não faz a menor diferença para o rio, mas para as duas palhas trata-se de um assunto de grande importância. Aquela que está guiando o fluxo do rio está sentindo uma 
imensa alegria; está dançando, repleta de prazer.

A palha que está lutando contra o rio está sofrendo muito. Sua dança não é uma dança: é 
um pesadelo. Nada mais é do que uma torção de seu corpo, ela está com problemas, está sendo derrotada; enquanto aquela que está indo com o rio está vencendo.

Um indivíduo é incapaz de fazer qualquer coisa 
exceto aquilo que seja a vontade do todo. Mas ele tem a liberdade de lutar, e lutando ele tem a liberdade de ficar ansioso.

Sartre disse algo importante: "
O homem está condenado a ser livre". O homem está fadado, está condenado, está amaldiçoado a ser livre.

No entanto, o homem pode usar sua liberdade de 
duas maneiras. Pode usar sua liberdade contra a vontade da existência e criar um conflito. Nesse caso sua vida será de pesar, dor e angústia, e por fim ele será derrotado.

Outro indivíduo pode fazer de sua liberdade um objeto de 
entrega à existência — e sua vida será uma vida de alegria, uma vida de dança e canção. E qual será o resultado final? O final não será nada além de uma vitória para ele.

A palha que acredita que está ajudando o rio tem a probabilidade de ser vitoriosa. Ela 
não pode ser derrotada. A palha que tenta parar o rio certamente será derrotada. Ela não pode vencer.

Então é impossível conhecer a vontade da existência, mas certamente é possível 
transformar-se em um com a existência. E se esse for o caso, então a vontade de uma pessoa desaparecerá e apenas a vontade da existência permanecerá.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...